Enganei vocês. Primeiro, dizendo que ia atualizar logo. Segundo, que ia ser algo ligado a nomes.
Nada disso.
Tava vendo uma entrevista com o Mozart Mello, o cara que revolucionou o ensino de guitarra no Brasil, e a abordagem do cara me agradou muito. Basicamente um papo de “para com essa punheta de tocar trocentas notas que vão passar batido e faz UMA que vai grudar no ouvido”. No resto da conversa, ele ainda fala sobre as vantagens de ser professor, que dá pra mudar bastante de estilo e tal.
Isso é uma coisa que sempre me chamou atenção, porque nos últimos 5 anos eu sempre mantive duas bandas, mesmo que uma delas tenha ficado só tentando encaixar um batera, sem produzir muito. Simplesmente não dava pra colocar tudo o que eu gostava em uma só, mas, mesmo assim, a de metal sempre tinha uns toques de música alternativa, e a de alternativices ganhava, por vezes, uns solinhos meio paradise lost. Pelo menos até o pessoal da banda decidir que isso não era mais aceito.
Mas o ponto é: como é chato banda (músico, escritor, pintor, professor, flanelinha) que faz tudo do mesmo jeito, ou difícil pra mostrar que sabe ou simplificando porque se sente confortável assim. Uma coisa que eu e o Rodrigo, que tocou comigo na Red Pill e na A Red So Deep, sempre concordamos, pelo menos em teoria, era que ficar parado não dava, se tu quer fazer alguma coisa direito, acha uma forma nova, uma solução menos óbvia, uma estrutura que não tenha sido tão usada. Ele resumiu isso em uma frase, voltada para um baterista certa vez: “pra que refrão? não precisa disso.”
O filme O Segredo de Beethoven é meio bomba, mas, além de mostrar uns bons pedaços da 9ª, tem essa cena aqui no fim. No começo eu achava que era só uma metáfora pro jeito do gênio compor.